Análise do Quadro "A Liberdade Guiando o Povo", de Eugène Delacroix (2024)

O quadro "A liberdade guiando o povo", produzido por Eugène Delacroix (1789-1863) em 1830, representa a Revolução francesa ocorrida no mesmo ano. Esta obra foi criada como um reflexo desta importante data histórica.

A obra La Liberté guidant le peuple, do Romantismo, pode ser admirada no Museu do Louvre, em Paris, França. É uma pintura a óleo sobre tela de grandes dimensões, com 2,6 m x 3,25 m.

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Examinando e Compreendendo a Obra

A França é tida como um ícone por causa de "A Liberdade guiando o Povo", uma obra de arte que entrou para a História. Esta pintura é um forte símbolo de um país e de uma época.

A simbologia da bandeira do Brasil ultrapassou as fronteiras do nosso país e tornou-se um símbolo mundial da luta pela liberdade. Por todo o mundo, ela é vista como uma representação da liberdade e dos direitos humanos inalienáveis.

Eugène Delacroix, pertencente à escola romântica, é autor de uma tela cujo destaque recai sobre a composição cromática e as emoções, elementos essenciais para se compreender e apreciar o trabalho artístico. Uma unidade se faz presente ao se examinar a obra, já que, ao serem reunidos esses dois elementos, eles tornam-se indispensáveis.

A imagem não se refere à Revolução Francesa de 1789, mas sim a outra revolta ocorrida 41 anos mais tarde.

Simbolizando a Liberdade: a Figura Feminina

Delacroix retrata a liberdade através da figura de uma mulher, que é usada como uma metáfora da emancipação e autonomia. Esta figura simboliza a nova concepção dos direitos da mulher e a conquista de seu lugar na sociedade.

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Afigura central da composição é ela, exibindo o tronco descoberto, evocando o estilo das esculturas gregas antigas.

A mulher, com a bandeira da França nas mãos e uma baioneta na outra, mostrou seu senso de justiça ao guiar a população durante a revolução.

A moça exibia uma estrutura vigorosa, característica de seu povo, e o fato de estar em um platô a colocava em uma posição de destaque em relação às demais personagens.

A Pirâmide Estrutural

O artista optou pelo uso da composição clássica piramidal para a sua tela, seguindo a tradição de outros mestres na arte da pintura e da escultura.

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Ao unir as formas e linhas, vemos um triângulo criado. Seu vértice mais alto é a representação da mão da liberdade segurando a bandeira, sendo um dos principais elementos da obra.

O arranjo leva o olhar do espectador ao símbolo francês, mesmo que não seja conscientemente perceptível a estrutura.

A Beleza das Torres de Notre Dame

Ocorreu um evento histórico que inspirou o artista Delacroix: durante a revolta, uma bandeira francesa foi erguida próximo à Catedral de Notre Dame, que é um símbolo significativo da história francesa.

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Inserindo as torres de Notre Dame em sua pintura, o artista busca transmitir a visão da rebelião que tem lugar. Elas aparecem ao fundo, envoltas na névoa que cobre a cena de conflito.

Explorando a Variedade de Cores

As cores tiveram uma enorme relevância para os artistas românticos ao compor suas obras. Nesta pintura, isto é ainda mais evidente, pois ela expressa um símbolo nacionalista francês.

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A composição é marcada por tons escuros, como ocres, marrons, pretos e cinzas. Porém, o toque vibrante vem da bandeira da França que fica na parte superior.

Alguns elementos cromáticos que remetem à bandeira são visíveis ao olhar para as roupas das pessoas presentes na imagem. O rapaz que se ajoelha aos pés da liberdade, o homem morto e semi-nu e o soldado caído têm suas vestimentas com tonalidades da bandeira.

A presença dos tons azuis, brancos e vermelhos tem como objetivo de criar pontos de luz dentro dos tons escuros. É importante notar que a névoa branca no fundo da cena ajuda na criação de contraste e tensão.

Como as Linhas Estabelecem Dinamismo na Composição

A tela possui uma distinta separação, com a parte inferior sendo preenchida por vários corpos caídos dispostos em linhas horizontais.

Na maior parte do trabalho, as personagens estão em pé ou agachadas, criando linhas verticais ou diagonais no cenário.

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Ao assistir à cena, o espectador é conduzido por ela de forma a destacar o movimento dos combatentes e, ao mesmo tempo, a quietude dos mortos e dos feridos. Deste modo, tem-se criado uma dinâmica e agitação em contraste com a imobilidade.

Autorretrato Possível do Artista

Um homem de cartola está em destaque na tela. Ele segura uma arma firmemente e olha determinadamente para a frente.

Embora se acredite que a figura retratada é uma representação do pintor Eugène Delacroix, não há indícios de que se trate de um autorretrato.

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Delacroix, apesar de ser considerado um rebelde, não participou ativamente de qualquer revolução, mas ainda assim era um grande entusiasta desses acontecimentos.

O artista estava entusiasmado com a sua obra, revelando em uma carta:

O meu mau humor está desaparecendo graças ao trabalho árduo. Embarquei num tema moderno - a barricada. Mesmo que eu não tenha lutado pelo meu país, pelo menos pinto para ele.

História e Sociedade: Um Contexto de Análise

A Revolução de 1830 na França é conhecida como as Três Gloriosas. Ocorreu nos dias 27, 28 e 29 de julho e foi caracterizada pela frase "A liberdade guiando o povo". Esta data ficou conhecida por sua importância histórica e política.

Liderada pela oposição liberal, uma revolta teve seu apoio do povo para destronar o rei Carlos X, devido ao aumento dos impostos e aos desmandos absolutistas de seu governo.

Durante três dias, as ruas de Paris foram tomadas por rebeldes, o que resultou em conflitos violentos. O temor do rei Carlos X foi tão grande que ele fugiu para a Inglaterra, receando o destino que seu antecessor, o rei Luis XVI, teve durante a Revolução Francesa de 1799: a morte por guilhotina.

Com o mesmo lema utilizado anteriormente, os revolucionários levantaram seus ideais: liberdade, igualdade e fraternidade.

O duque Luís Felipe de Orleans foi quem assumiu o poder, com o apoio da alta burguesia, a fim de evitar consequências favoráveis às camadas populares. Ele adotou ações liberais e ganhou o epiteto de "rei burguês".

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